segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Um vinho cheio de mistérios

A lenda do vinho Casillero del Diablo, feito da uva Cabernet Sauvignon, começou há mais de cem anos, em 1891, quando o fundador da marca resolveu reservar para si os melhores vinhos das safras de suas vinícolas. Como uma forma de manter inalteradas as condições de temperatura e unidade, estes vinhos foram guardados ao fundo de uma magnífica adega (em espanhol “casillero”) subterrânea, um depósito especialmente destinado a este fim. Passado algum tempo Don Melchor de Concha y Toro percebeu que estes vinhos estavam desaparecendo misteriosamente. Depois de inúmeras conversas chegou a conclusão que estavam sendo roubados por pessoas das redondezas. Diante disto, para cessar o sumiço dessa reserva preciosa, espalhou o boato de que o próprio diabo vivia dentro do porão no qual os vinhos estavam guardados. A história funcionou. O medo afastou todos os ladrões, e, nunca mais, sequer uma garrafa voltou a desaparecer. Nascia assim o vinho Casillero del Diablo (a Adega do Diabo).
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Um cardápio de qualidade

Os vinhos Concha y Toro e Casillero del Diablo são apenas algumas das marcas produzidas pela Concha y Toro. Entre sua gama de produtos existem desde vinhos de excepcional qualidade como Don Melchor (um Cabernet Sauvignon feito com uvas do melhor e mais antigo vinhedo da casa, o Puente Alto, lançado no mercado em 1987), Carmín de Peumo (um vinho espetacular, com seu aroma, sua cor, que consagrou in­ternacionalmente a uva carmenère), Amelia, Terrunyo (produzido com uvas de vinhedos selecionados onde o micro-clima, as uvas Carmenère, o solo e a mão perita do homem interagem de forma mágica, criando a harmonia perfeita dando origem à qualidade única), Marqués de Casa Concha (uma linha de vinhos charddonay e merlot), Trio (elaborado com corte de 3 uvas: Cabernet Sauvignon, Shiraz e Cabernet Franc), Late Harvest (único vinho de sobremesa da empresa, um blend de Sauvigon Blanc e Riesling colhidas tardiamente com grande concentração de açúcar) e Almaviva (um ícone dos vinhos chilenos); passando por vinhos de excelente custo benefício como Sunrise, Concha y Toro e Frontera; até os populares de boa qualidade como Tocornal, Clos de Pirque, Exportación e Fressco. Em 2005, uma das melhores colheitas que houve em todo o Chile, permitiu o nascimento do Casillero del Diablo Reserva Privada. A equipe agrícola da Concha y Toro por anos trabalhou para elaborar um grande vinho e eis que dos Vales de Maipo, na zona de Pirque e Rapel, em Pneumo surge este vinho que permaneceu em barril de roble francês por 14 meses dando maior complexidade e aporte de madeira ao Casillero.
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Atualmente todos esses vinhos são produzidos em 9.016 hectares em 34 vinícolas próprias e 6 arrendadas em Limarí, Casablanca, Leyda, Maipo, Cachapoal, Colchagua, Curicó e Maule Valleys, todas na região central do Chile; e mais 1.290 hectares de terras em 8 vinícolas em Maipú, Tupungato, Rivadavia, San Carlos, Luján de Cuyo e San Martín, na Argentina.
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A vinícola
Um passeio pela história do vinho. Assim pode ser definida a visita à Concha y Toro, a maior e mais importante vinícola do Chile e da América Latina. Logo ao chegar, entende-se porque Concha Y Toro é uma das vinícolas mais procuradas pelos turistas e amantes dos vinhos. A paisagem é fascinante. Em grande parte dos 750 hectares (com as mais nobres uvas francesas tais como o Chardonnay, Sauvignon Blanc, Merlot, Pinot Noir, Semillon e Gewurztraminer), extensos campos verdes formam um horizonte de perder de vista. As flores, que emolduram as construções, deixam o ambiente romântico. A visita é bastante agradável e se inicia com um pequeno filme sobre a criação da Concha y Toro. O tour passa pela linda casa (chamada de Casona) na propriedade, cercada de jardins, com um lago e muitas roseiras, onde habitava Don Melchior e seus parentes; pelos campos cobertos por parreiras, conhecendo os tipos de uvas, inclusive a carmenere, que é oriunda da França, mas hoje em dia exclusiva do Chile; por todas as etapas de produção; e finalmente uma seção de degustação de tais preciosidades, acompanhada de tapas (petiscos), onde os enólogos dão uma pequena aula aos leigos no assunto, com dicas de como segurar na taça, sentir o cheiro da bebida e prová-la.
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Mas o ponto alto da visita é conhecer o local chamado Casillero del Diablo (Adega do Diabo), onde estão as garrafas do precioso vinho e no qual se criou uma lenda. A história é narrada aos turistas por uma voz macabra dentro da adega subterrânea. As luzes se apagam, uma gargalhada ecoa e na parede surge uma imagem encapuzada projetada do diabo. É um dos momentos mais divertidos do passeio.-

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